sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A maior das batalhas

O céu acinzentado de 24 de maio de 1866, no acampamento de Tuiuti. Começava a maior batalha campal da guerra do Paraguai. Vinte mil valentes paraguaios chocaram-se com argentinos, brasileiros e uruguaios. O exército permaneceu um mês inteiro no parapeito das trincheiras do Passo da Pátria, arrumando-se para investir ao Norte, na direção do forte Humaitá-Assunção, objetivos para terminar com essa carnificina que se tornou a Guerra do Paraguai. Do dia da invasão até a chegada a Tuiuti morreram cerca de cem mil cavalos vítima de inanição, por que não existia forragem de alfafa e de milho. A relva rala e rara não se sustentou. A cavalaria ficou a pé, as carretas e canhões sem tração animal. Aumentou o volume crescente de baixas por desisteria, varíola e infecções. Ainda assim cruzou o "Estero Bellaco" e chegou-se ao anfiteatro arenoso de 4,5 por 2,5 quilômetros de Tuiuti. E os aliados precisavam prosseguir no encalço do adversário, sabido ocupando o terreno além do "Estero Rajas", obstáculo ao Norte de Tuiuti. Tropas orientais de Flores fincaram-se, vigilantes, nos postos avançados às margens das “rajas". Artilheiros, liderados pelo melhor deles, o Tenente Coronel Mallet. Em segundo escalão, quase encolunadas mais duas divisões brasileiras a Sexta e a Primeira, cavavam trincheiras. No flanco oeste, aferrada os infantes de Sampaio, da Terceira divisão (a Encouraçada). Argentinos de Mitre guarneciam o flanco leste. A reserva, três grandes unidades de cavalaria praticamente a pé, no fundo do anfiteatro, fechavam o contorno defensivo. Osório instalou seu posto de comando no centro do dispositivo. Decidiu-se reiniciar a ofensiva no dia seguinte a 25 de maio (1866), e atacavam no dia 24, em quatro colunas. As duas do centro investiam sobre os orientais de Flores, foram dizimados pelo fogo de Mallet, cada canhão atirava por iniciativa de seu chefe de peça, numa seqüência tão frenética que o Primeiro Regimento de Artilharia a cavalo acabou conhecido como o da "Artilharia a revólver". Pelo oeste mais 8 mil homens ao comando do General Barrias investiram o franco das tropas, virando a nossa retaguarda, Osório percebeu a intenção inimiga. Fez cerrarem outros infantes das divisões em segundo escalão, reforço aos Encouraçados de Sampaio. A coluna de Barrias perdeu a impulsão e acabou rechaçada, refluindo os remanescentes por onde surgiram pelo "Potreiro Pires" e pelo matagal Souce. Osório manteve-se ativo o tempo todo naquelas seis horas de combate. Ordenava toques de "avançar" sucessivos ou despachava velozes estafetas, quando não ia ele próprio, a galope, estancar ameaças. Sacrificou batalhões inteiros para evitar o abraço mortal das pinças envolventes de Barria e Resquín. Todos os núcleos submergidos ou a submergir acabavam recompostos. Foi o grande herói da Batalha de Tuiuti. Morreram mais de 700 brasileiros contra 13 mil baixas paraguaias, dos quais 6 mil morreram. O papel de Osório na batalha foi predominante e o confirmou mestre em repentinas citações. O general Rodrigues Silva recorda-o a galope sempre de chapéu do chefe, espada em punho tinha o dom da ubiqüidade. E Sena Madureira disse: "Osório multiplica-se, não houve soldado brasileiro que combatesse nesse dia que não o visse passar como um raio" Um atendente passou-lhe iodo no ferimento do ombro. Antes de deitar-se, teria verificado se o cavalo preto, sua segunda montaria, substituto do Malacara Gateado, morto com um tiro, teria recebido seu reforço de forragem.


Curiosidades Paraguai em frangalhos O país mais prejudicado foi, claro, o Paraguai. Há pesquisas que apontam perdas de 69% da população. Porém dois terços dessas mortes ocorreram por doenças como cólera, diarréia e varíola. Muitos finais da guerra Depois da queda do forte Humaitá, o fim da Guerra do Paraguai foi declarado várias vezes. Uma delas ocorreu em 27 de Dezembro de 1868, em Lamas Valentinas: as tropas aliadas, com 24 mil homens, cercaram a fazenda de Solano López, que teria se refugiado com seus últimos soldados, porém o ditador fugiu pelos fundos da fazenda. Na época entre soldados e oficiais, existia a certeza de que Solano Lópes tinha feito um acordo com Caxias: se deixasse fugir, ele, renunciaria e daria a guerra por acabada.

Bibliografia
Estiarribia, Pedro Paulo Cantalice, Coronel Marechal Osório Ministério da Cultura
Revista Grandes Guerras Edição 11 "A Guerra do Paraguai"

Por Todo o grupo (Roballo, Nicolas, Francielle N., Gisely e Debiasi

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